Solstícios (Verão e Inverno)
Solstício tem sua origem no latim “Solistitius”, que significa, Sol + sistere, literalmente “Sol Parado”.
É um fenômeno astronômico, decorrentes dos movimentos de rotação e translação associados a inclinação de 23,5° do eixo de rotação da Terra, cuja posição é inclinada em relação ao seu próprio eixo. Ocorre duas vezes por ano e é o marco de início do verão ou do inverno.
O fenômeno do solstício é conhecido e cultuado como evento sagrado por todos os povos antigos. É como se nessas datas uma face do planeta se inclinasse para receber mais diretamente os raios do Sol.
O Solstício de verão ocorre em 21 de junho no hemisfério norte e em 21 de dezembro no hemisfério sul. A luz solar reflete com maior intensidade em um dos hemisférios e menos intensa no outro. Um lado do planeta tem seu dia mais longo, marcando o início do verão e o outro o dia mais curto, começando o inverno. Nos polos, Ártico e Antártico, observa-se a incisão dos raios solares por 24 horas.
Esse fenômeno marca precisamente as estações de inverno e verão.
Os trópicos de Câncer e Capricórnio são definidos em função dos solstícios. No solstício de verão do hemisfério sul, os raios solares incidem perpendicularmente à superfície da Terra no Trópico de Capricórnio, regido por Saturno. No solstício de verão do hemisfério norte, ocorre o mesmo fenômeno no Trópico de Câncer.
Solstício de Verão no Sul
No Brasil e demais países do hemisfério sul, hoje, 22 de dezembro, temos o Solstício de Verão, com o dia mais longo do ano. O Sol chegou ao seu limite máximo no céu, permanecendo parado durante 3 dias antes de iniciar o novo ciclo…
O Solstício é um fenômeno, cuja raridade era visto de forma muito especial pelas civilizações da antiguidade. Era a data permeada de esperança, de bons sentimentos, de iluminação e da afirmação da vitória do Bem acima do Mal, da Luz sobre a Escuridão. Um marco místico, onde o Deus Sol para por por 3 dias, no verão, demonstrando todo seu poder de Rei e derramando bençãos sem fim sobre a Terra e seus habitantes.
O Solstício de Verão sempre trazia consigo comemorações, cerimônias, festivais, feriados religiosos, rituais, veneração e culto ao Sol.
Solstício de Inverno no Norte
Já no hemisfério norte é solstício de inverno, onde teremos a noite mais longa, com o sol definhando, até ressurgir ao 3º dia.
O Solstício ocorre no dia 21-22, mas devido à aparente inversão do movimento solar, ele se torna visível no terceiro / quarto dia seguinte.
O sol estaciona nos céus para reverter seu movimento no sentido de DECLINAÇÃO. A escuridão da noite atinge sua extensão máxima e a luz do dia a mínima. Temos a noite mais longa e o dia mais curto do ano.
Imediatamente após o solstício, a luz do dia aumenta gradualmente e a escuridão da noite diminui até o solstício de verão, em junho, quando temos o dia mais longo do ano e a noite mais curta.
O dia 25 possui um forte significado espiritual. O Sol, tendo atingido a fase mais fraca como luz e calor, não pereceu diante da escuridão, mas se reergueu “invencível” (invictus) nos céus. “Renasceu”, teve um novo “nascimento”.
O “Natal do Sol Invencível”.
O Solstício e o mundo
As populações antigas conheciam bem esse fenômeno do solstício e o transformavam em uma ocasião festiva. Essa interpretação astronômica explica por que o dia 25 de dezembro (e dias adjacentes) é uma data presente em culturas e países muito distantes entre si, da Índia ao México, do norte da Europa à Etiópia.
Em Roma, o imperador Aureliano, após dominar os persas, incorporou a prática de culto ao Sol, nesta data era comemorado o “Sol Invicitus”, associado ao Deus Mitra dos Persas e Hindus, sincretizados a o Hélios grego, e o Phebo (Apollo) Romano. Apesar de historicamente confusa, essa associação conforme veremos em outros posts não é exata, nem correta.
No Hemisfério Sul, houve a Fiesta del Sol (Inti Raymi – 24 de junho) das antigas populações incas e pré-incas, um festival ainda hoje celebrado no Peru.
Os povos astecas e pré-astecas comemoraram o nascimento do deus do sol Huitzilopochtli e Bacab no Iucatão.
Na Babilônia encontramos referências da época ao Deus Tammuz / Yule e Shamas. O Invictus Sol Elagabalus era celebrado em Emesa e o deus do sol Dusares / Helios em Petra. Nesta mesma data referem-se alguns autores como nascimento de Zaratustra, Krisna, Dionísio, Adônis, Attis, o Deus Freyr, séculos ou milênios antes de Cristo.
Com o advento do cristianismo, a data, pela assimilação e sincretismo da Igreja, passou a ser celebrada como Natal, o nascimento de Jesus Cristo.
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