Saphirat Ha Omer – Dia 38 – Tipharet sheb Yesod

Sol em Luna

A Iluminação do Obscuro

Hoje, Luna recebe a visita de seu Irmão, Sol Invictus.

A relação entre eles já foi abordada em outros Posts de nossa Série sobre o Saphirat Ha Omer e o Paganismo.

O Estudante poderá encontrá-los Aqui e Aqui.

O Sol visível, que é um reflexo do Sol Oculto, ilumina a Lua.

Esta, por sua vez, transmite o reflexo, acrescentado de suas características próprias, aos Seres da Terra.

Essa relação se modifica, adquirindo variadas qualidades, no decorrer das Fases Lunares.

A depender de qual Quarto Lunar ergue-se no Céu, a Energia Solar será mesclada de formas diferentes, tendo usos específicos.

Isso acontece porque a Lua age como reguladora das Energias Solares, Venusianas e Mercuriais, quase como se fosse uma “Válvula dosadora com Sensor”, misturando, avaliando, analisando e reajustando, quando for necessário.

Percebemos claramente no mundo físico a influência dessas mudanças das Faces de Luna nas alterações das Marés e movimentos dos ventos, o que se reflete na industria pesqueira, bem como na capacidade de iluminação da noite influenciando nos comportamentos animais, facilitando ou dificultando a caçada, a reprodução de espécies, etc..

O Conhecimento sobre o Uso da Energia Refletiva da Lua, bem como das misturas e dosagens das Forças Mercuriais e Venusianas que ocorrem durante as mudanças de Fases, aliado aos ajustes dos Horários Astrológicos, é de extrema importância e incalculável Valor.

Devendo ser o próximo aprendizado do Estudante após o Domínio dos 4 Elementos.

Garantindo ao possuidor de determinadas tabelas de uso prático uma enorme chance de Sucesso, tanto em suas empreitadas da Vida Comum, quanto nas suas Operações das Artes Mágicas.

Veja, o Fluxo de Influência do Sol soma-se em um Quarto Lunar com a Energia Lógica e Intelectual de Mercúrio, em outro, com as de Vênus, Já numa terceira Fase, com a dos dois Deuses em iguais proporções, e na última, a Fase Obscura, com a de nenhum deles.

Conhecer e aprender o uso das fases da Lua evita dificuldades e erros iniciais.

Para-se de “nadar contra a maré”, e, ao contrário, começa-se a acompanhar o fluxo dos acontecimentos, harmonizando-se com eles e direcionando seus recursos e esforços de acordo com as Forças e Leis Naturais.

Sobre isso, comentaremos brevemente à seguir:

As 4 Fases de Luna, um dos mais importantes conhecimentos da Magia e da Psicologia.

LUA CRESCENTE

Sob os auspícios de Diana, ocorre um fluxo energético, que cruzando os limites dos Planos, arrasta consigo, de forma cada vez maior, a Energia de Expansão, Construção, União, Atração e Libido recebida de Vênus.

Esta, uma vez somada com a Potência Solar, alçará às alturas seja o que estiver em seu fluxo.

É como nadar a favor da correnteza, como voar acompanhando o sentido dos Ventos.

Esse período recebe Bençãos Extras de Júpiter, pelos aspectos de Juventude, Crescimento e Expansão e Prosperidade. Bem como, também, com Janus, pelo lado dos Inícios e Renascimentos.

LUA CHEIA

Nesta Fase, iluminada pelo aspecto de Luna chamada Selene, as Três Forças seguem um mesmo fluxo em direção à Terra.

É como se as comportas de uma barreira estivessem totalmente abertas, os limites foram derrubados, permitindo, assim, a realização de qualquer tipo de trabalhos.

As influências potencializadoras do Sol agem sobre as de Mercúrio e Vênus, tornando a Natureza dos trabalhos desse período Andrógina.

Ocorre, então, sob os auspícios da Brilhante, uma Clareza Mental sobre os próprios Mistérios.

Veja, de um Lado da Terra está o Sol, a Consciência do Eu Superior, do outro a Lua, sede do Ego e também do Inconsciente, refletindo na Terra, e por analogia em Nós, essa Luz em toda sua Potência em nosso Subconsciente.

Memórias são evocadas à superfície.

A Vidência, o vislumbre das Verdades Sagradas, é fortalecida, pois, desde o Oráculo de Delfos, feitos pela Pitonisa, sempre uma Mulher, existe uma estranha ligação entre os vaticínios de Apollo e a Inconsciência lunar de suas Sacerdotisas…

Na Lua Cheia, como se recebe as poderosas Forças Venusianas junto com as Formas definidas por Mercúrio, sob a Fomentação Solar, os trabalhos de Magia, em geral, se encontra em favores do Universo, conforme explicaremos mais abaixo.

De Vênus carrega o reforço da Libido, da Sensualidade e da Fertilidade, enquanto de Marte recebe a Força e a Intensidade.

A Lua cheia simboliza nas Fases o Período de Realização, Plenitude e Completude, recebendo por isso as Bençãos Extras de Ops.

Também é o Tempo de Colheita, de recebimento dos resultados, do que foi semeado nas Fases anteriores, dos esforços desprendidos, o que recebe as Bençãos ou Maldições de Saturno.

A Lua Cheia é Extrema, tanto para o positivo, quanto para o negativo.

LUA MINGUANTE

De regência da Deusa Hécate, A Senhora das Encruzilhadas.

Esse Quarto Lunar expressa um refluxo das Forças Expansivas e um Fluxo dos Poderes Limitadores Mercuriais somando-se ao fluxo Solar. Por isso, tudo realizado neste momento tende a ficar paralisado e limitado.

Exceções a trabalhos de natureza destrutiva, limitadoras, ou “definhatórias”.

Sendo ideal para mandar embora tudo que não se quer mais, aquilo que é indesejado na vida ou no ambiente em que vive.

De Marte recebe o Extra da Energia de Retração, de Diminuição e Destruição.

De Saturno o Abatimento e a Melancolia, o Definhar, o Adoecer.

Trabalha-se neste período Desconstrução, Mortes, Banimentos de Forças, Vícios e Tendencias, Descarregos, Expulsão e os Finais de Ciclos.

No Trabalho com Inconsciente, pode-se Banir Traumas, Medos, Bloqueios, Complexos, Crenças Limitantes, Maus Hábitos, etc.

LUA NOVA

Momento tenso, em que todos os Três Fluxos estarão fechados, dificultando alguns Trabalhos e impossibilitando outros.

Esse período tem como característica a representação da Morte, da Inatividade e da Escuridão.

É o domínio de Prosérpina, a Perséfone grega, esposa do Senhor dos Infernos, Plutão. Perfeita para trabalhos em áreas sob a proteção da Rainha do Submundo.

Período interessante para a Preparação, Semeadura no seio da Terra, Introspecção, Recolhimento e Planejamento. Como também para trabalhar-se com os Mortos e espíritos do Submundo.

[su_quote cite= “Cada Lua possui uma influência diferente nas energias que são usadas nesses ritos, a Lua Negra é responsável pela eliminação de problemas, pois representa a energia de términos, de renovação. Ela é “o fim de um processo para inicio de outro” é a energia da transformação, a própria transmutação energética que ocorre com a morte. A lua negra é pura, é a verdadeira face da Lua, e por isso trabalhos relacionados a Cura também são feitos nesse período, pois a lua sem os raios solares faz uma purificação da terra, absorvendo todas as energias desbalanceadas.” ][/su_quote]

 ~ Site oldreligion.com.br

Em muitas Tradições, Luna possui Três Faces, sendo trabalhada como uma Deusa Trina.

Só que a Luna possui Quatro Aspectos, e não Três, refletindo a ação da Força Solar na Terra, trazendo as 4 Estações, representantes no Plano Manifesto dos 4 Elementos Celestes

A falta de referências e de aprofundamento, bem como a desatenção, das mais diversas autorias, quanto aos mitos romanos, gregos e egípcios, que inclusive, nas suas representações em pinturas e estátuas, a representavam como Trina, levam inúmeros Praticantes ao Erro.

A Lua possui Três Fases visíveis e uma Fase Oculta.

São os Aspectos de Donzela, Mãe, Anciã e Deusa.
Ou em outras descrições: Donzela, Rainha, Anciã e Sacerdotisa.

O Nascimento, o Crescimento, a Velhice e a Morte.

É a Primavera, o Verão, o Outono e o Inverno.

Até ao interpretar-se os Mitos cabalisticamente, ver-se que existem 4 Mundos, sendo Três Manifestos e Um Oculto. Ao transpor isso para a esfera de Yesod, chega-se às mesmas conclusões sobre uma Deusa está sempre Oculta.

Estes aspectos procuram sempre cobrir uma representação que deve ser Quaternária. Ao se deparar com o Triplo Caminho à Frente, esquecem que sempre está Oculto o Caminho de Retorno…

Nos mitos gregos e romanos, Luna geralmente é nomeada como Trivia, também chamada Diana Triformis, sendo representada por Selene, Diana e Hécate.

Já como Diva Triformis (“deusa das três formas”), conforme demonstra o comentário de Maurus Servius Honoratus sobre Virgílio, a Deusa de Três Formas se chamava Luna no céu, Diana na terra e Proserpina no inferno.

Fica evidente ao leitor atencioso, em vários textos, como nos Papiros Mágicos Gregos, que o aspecto desaparecido da Lua era relacionado com Proserpina.


Tipharet sheb Yesod

O Equilíbrio Fundamentado

Tipharet é o reflexo no Macroprosopos de Kether, a Fonte Inicial de toda Árvore Cabalística. Sua Luz e Esplendor são de um poder incomensurável.

Encará-la é fatalmente cegar-se.

As escrituras dizem que o Homem não pode ver a Deus face a face, pois isso o destruiria.

Então, como solução, enxergamos o reflexo da Divindade em um Espelho, Yesod. A qualidade deste Espelho definirá nossa Visão da Realidade.

Do mundo e de Nós mesmos.

A Saphirah da Lua é a localização do Ego Humano, sendo fácil se perder em Fantasias e Ilusões, tendo apenas imagens distorcidas da Verdade do Eu Superior como guia.

O Homem precisa limpar esse Espelho, poli-lo, tornar-lo o mais prateado e reflexivo possível.

Veja, na Lua, o Ego armazena suas partes mais terríveis, seus desejos e comportamentos mais infames e denegridos. Mente para si mesmo sobre sua parcela animal, finge não reconhecer seus instintos, medos, traumas, desejos reprimidos.

É um animal que finge, e tenta a todo custo, escondido na mentira urbana e social, se esquecer da sua bestialidade.

Yesod é a Esfera da Ilusão e, acima de tudo, da Auto-ilusão.

Mega-ilusão !

Desta forma, parte o Homem em sua curta vida em uma Jornada pelo Nada.

Uma busca vazia de sentido por bens e posses materiais, ou, pela saciedade de Desejos dos Sentidos ou dos Instintos, que ao final da Vida, em sua Fase Minguante não o Salvará da Morte, e após esta, em sua Fase Nova, não servirão de coisa alguma.

No dia de Hoje, Tipharet incinera essas Imagens turvas, evapora as nuvens espessas que impediam seu Brilho e Esplendor de chegar até a terra.

Resplandece no espelho de Yesod, e mostra ao Homem o que estava Oculto, os Monstros que se escondiam nas Sombras, prestes a devorá-lo…


Krishna e Arjuna

Um dos Arquétipos mais representantes dessa Energia de Tipharet sheb Yesod é a da relação entre Krishna e Arjuna, na Mitologia Indiana.

Toda a Mitologia envolvendo os Personagens pode ser lido no Bhagavad Gita, a “Sublime Canção”, um dos livros mais valiosos do Mundo, e altamente recomendado pela Societas Saturni.

Podendo ser interpretado, de acordo cm o nível de Consciencia, onde se localize o Leitos, como uma narrativa religiosa, um estudo filosófico ou como registro histórico.

Arjuna, após ter seu Reino usurpado pelo seu Tio e Primos, passa por um terrível processo de exílio e peregrinação, junto com sua família, até que, após muitos anos, consegue reunir aliados e parte para uma Guerra contra seus parentes.

Segue acompanhado de Krishna, que dirige seu Carro de Guerra, mesmo sendo o Avatar do Deus Todo Poderoso.
(Um Símbolo da Humildade e Amizade Divinas para com o Homem que Pensa e age Corretamente)

No meio do Campo de Batalha, a dúvida sobre a validade ou não de todo esse processo se apresenta, e convencido pela Ilusão do mundo, Arjuna resolve desistir de lutar contra “parentes” e “amigos” pelo que é seu e da sua família por direito…

Nesse momento inicia-se uma série de conversas, onde o Ser Superior fala e explica ao Homem Comum os motivos pelo qual deve lutar e reconquistar o Reino que lhe Pertence.

[su_quote cite= “Os ensinamentos de Mahatma Gandhi, dentro da teologia hindu, não vê nos textos sagrados não uma narrativa histórica mas sim simbólica. Assim, interpreta Arjuna não como um homem sofrendo a injustiça de ter seu reino tomado, mas sim, um símbolo para o homem comum buscando sabedoria de Krishna, e seus inimigos usurpadores são representações do Ego, tal como o seu reino tomado é na verdade ele como ser, ou seu corpo.

Assim, quando Krishna incita a guerra contra os inimigos para retomar o seu reino por direito, na verdade não está preconizando a guerra e sim prescrevendo que seu discípulo, Arjuna, lute contra o ego e desvirtudes correlatadas em prol do total controle da alma sobre a matéria.” ][/su_quote]

Arjuna é cada Homem e Mulher, perdidos em um mundo que valoriza o fútil, o passageiro e o ilusório, mas que sinceramente busca, incansavelmente, à Sabedoria Divina.

Os Pandavas, sua Família, são as Virtudes e Qualidades que o acompanharão sempre, onde quer que esteja, as quais ninguém pode tirar-lhe.

Seu Tio e Primos usurpadores, os Kuravas, são a representação das centenas de Defeitos, Erros, Maus Hábitos e Vícios

Quando Arjuna vê no Campo de Batalha essas “pessoas amadas” posicionadas como inimigos, ele vacila, as pernas tremem, resiste.

Estes, simbolizam os Vícios, Paixões, Desejos e Hábitos os quais os satisfazem momentaneamente, enquanto sorrateiramente rouba-lhes a Vontade, o Domínio próprio e a própria Vida.

A Guerra pelo Reino usurpado é a Batalha contra o Ego, através do Aprimoramento e Autocontrole, pelo Ser Pleno.

Essa é a Natureza do Sol agindo sobre a Natureza Lunar em relação ao Ser Humano.


Procedimentos da Contagem

  • Após o pôr do sol de cada dia, toma-se um banho. Pode se acrescentar ervas relacionadas à força da semana, mas é dispensável. Assim como também pode-se ou não usar incensos.

  • Voltado para o leste, traça-se no ar, à sua frente, um Triângulo. Faz-se o símbolo 3 com os dedos da mão direita, polegar dobrado ao centro da mão. Em sequência, a seguinte Oração:

    Saúdo o Sagrado Triângulo !

    Que sua tripla Luz brilhe sobre meu rosto.
    Abençoa-me três vezes !


    Que a manifestação das Forças superiores materializem-se nas Formas da Terra.


    Bendito sejas Tu, Eterno, Rei do Universo, Senhor do Cosmos, que nos santificou com os suas Leis e nos ordenou à contagem das Esferas.
    A Saphirat Ha Omer.

  • Faz-se o símbolo 9 com os dedos das mãos.

  • A Contagem se realiza com a Verbalização, ação que coloca em movimento as energias relacionas com a Sentença.
    Verbalize:

    Hoje é o dia 38 da Saphirat Ha Omer !

    Cinco Semanas e Três Dias da Contagem.

    Tipharet sheb Yesod

    À Força de Luna soma-se, hoje, a partícula de Beleza, Harmonia, Felicidade, Sucesso, Consciência e Saúde cedida por Sol.

    Agradecemos a Ti, Esplendoroso Sol Invictus ! 

    Que ela some à Consciência e Poder de Luna.

Recita-se a seguinte Oração à Luna:

Luna eu a saúdo ! (9x)


Que abra-se, agora, em minha vida o portal das forças de Luna.
(9x)

Que suas bençãos e graças se derramem sobre mim.

Que sua Luz brilhe sobre mim.


Invoco-te em minha consciência Senhora da Imaginação, Criatividade, Estabilidade, Independência, Instinto, Memória, Intuição, Sonho, Psiquismo (9x)

Gabriel, Tu que governas sobre as energias de Levanah, conduz as forças da inteligência Malkah Be Tarshishim Vead Beruah
Shehaqim
sobre mim.

Carrega-as à realidade Kerubim!


Gabriel, materializa as energias de Levanah em meu Ser.
(9x)

Medita-se sobre as energias de Sol em Luna, Tipharet em Yesod, e finaliza-se.


Meditações:

Arquétipo: O Conselheiro, O Psicanalista. O Mestre Sábio. O Filósofo. Krishna e Arjuna

Virtudes

  • Iluminação
  • Enxergar a Si mesmo
  • Destruir Ilusões
  • Conscientização
  • Conhecer a Si mesmo
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